Em algum momento da vida, é sujeito ouvirmos de algum amigo ou familiar o desejo de não continuar vivo. Por vezes essa afirmação é feita de forma direta ou indireta, por exemplo: “Você não me verá mais aqui”, “Vou desistir de tudo”, “Eu não estarei aqui no próximo ano”, “Eu vou fazer o pior”, “Esta é a minha última vez aqui”, “Eu não aguento mais”, entre outras. Estes tipos de afirmações são sinais de alerta. Elas podem significar que o indivíduo está verbalizando ideações suicidas.

A princípio, é necessário manter a calma e saber que ao longo da vida, em algum momento, muitas pessoas já pensaram em suicídio e em muitos casos, indivíduos com ideação suicida não chegaram sequer a tentar suicídio. Contudo, a pessoa com ideação suicida precisa ser abordada de forma amigável, acolhedora e atenciosa; pois trata-se de um assunto muito íntimo e delicado. Portanto a abordagem deve ser suave e responsável, caso contrário o indivíduo pode negar a recorrência dos pensamentos suicidas em ocasiões seguintes e abster-se de falar do assunto, caso tenha se sentido ridicularizado, condenado ou julgado, mesmo que implicitamente.

Algumas pessoas ficam sem saber o que dizer diante de uma revelação da falta do desejo de continuar a viver. Nesses casos, estar disponível para ouvir pode ser mais importante do que falar algo de imediato e incorrer em um erro que gere afastamento. Sendo assim, colocar-se no lugar de escuta é essencial para que a pessoa possa abrir-se e desabafar. Uma maneira de estimular que a pessoa fale é através de perguntas abertas, do tipo: “Como você está se sentindo?”, “Em que você está pensando?”, “O que posso fazer por você?”, etc.

É preciso ter cuidado para não minimizar o sofrimento alheio considerando que as razões pelas quais ele sofre são bobagens ou coisas insignificantes, ao contrário, é necessário demonstrar respeito e compreensão diante da dor do outro. O que a pessoa precisa nesse momento é de amparo, conforto e de um “ombro amigo” e não de críticas, julgamentos e sermões. Colocar-se à disposição, transmitir confiança, demonstrar apoio e ser paciente são posturas mais sensatas para este delicado momento.

É válido lembrar que, segundo estudos, em cerca de 90% dos casos de suicídio são encontrados transtornos mentais associados; como a depressão, esquizofrenia e transtornos relacionados ao uso de substâncias, como por exemplo o álcool. Portanto é fundamental que o indivíduo nesse quadro seja encaminhado para acompanhamento médico e psicológico especializado.

Fonte: Johnson Ferreira - psicólogo do FalaFreud e com 13 anos de experiência na área de psicoterapia.


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