Hatha Yóga LXIII

 

Introdução

No capítulo anterior, excepcionalmente, relatamos uma história verdadeira sobre uma longa carta escrita por um sábio indígena para o governante de um país. Há mesma contem visões e palavras repletas de sabedoria e de ensinamentos profundos. E que servem como guias de esclarecimento até os dias atuais.

Neste presente capítulo, retomaremos mais uma vez o tema Pranayamas, todavia com várias referências ao processo de homeostase já citado em capítulos anteriores.

Desenvolvimento

A vida das pessoas é regida pelo processo de homeostase com todos os seus infinitos desdobramentos, já que o mesmo envolve tanto as complexas e delicadas transformações eletro psíquicas, as eletro psicossomáticas, as eletro somatológicas e chegando às estruturas orgânicas, com seu conjunto de aparelhos ou tratos ou sistemas.

Comecemos considerando a respiração, observando as narinas com sua capacidade respiratória aguçada e sua outra capacidade refinada, de distinguir milhares de diferentes odores.

Consideremos ainda sua capacidade de absorver o ar através da inspiração, e por meio dos oito tubos bronquiais, quatro maiores e quatro menores, levar este ar até os pulmões, onde em meros ¼ de segundo, se processa a necessária troca do dióxido de carbono, pelo oxigênio e outros elementos por meio dos quase trezentos milhões de alvéolos que ficam dentro das duas câmaras pulmonares.

Lembremos também, que junto como corpo visível estruturado em matéria por meio de células e moléculas, existe outros corpos de natureza sutil, porém formados de células e moléculas sutis.

E que por analogia direta, da mesma forma que o corpo físico ou orgânico, tem toda uma estrutura formada por todos os elementos acima citados, também os corpos sutis, são formados por estruturas que atuam em consonância e ressonância com a estrutura física.

Entre outras referências a este respeito, podemos citar a aura, uma camada de energia eletro magnética que serve como uma capa de proteção externa, recobrindo todos estes sete (7) corpos e embora sendo invisível aos olhos comuns, pode ser detectada por instrumentos sensíveis de aferição. E que a mesma tem movimentos periódicos, dependendo das mais diferentes circunstâncias e situações.

Por exemplo, a saúde de uma pessoa, ou a temperatura ambiente, ou o local onde ela se encontra. E que tal aura, pode tanto mudar de tamanho, dependendo dos campos elétricos ou eletromagnéticos que a envolvam ou do estado de saúde da pessoa.

Já de princípio, sabemos que os Pranayamas do Hatha Yóga, como tecnologia avançada de práticas, podem fortalecer todos estes processos, em função dos benefícios que tais práticas podem proporcionar tanto ao corpo físico quanto aos corpos sutis.

Importante também frisar que nos corpos sutis existem elementos sutis como os Nadis, Srotas ou Meridianos, que funcionam como canais condutores das energias sutis contidas tanto no ar, como em qualquer ambiente, na forma de partículas de luz ou mesmo de ondas de luz.

E essas energias, também estão contidas de forma invisível no ar que é respirado pelas narinas. Mas quando adentram no mesmo, são canalizadas de outra forma, indo direto para dois dos principais Nadis ou Meridianos, chamados Idaí e Pingalaí. Que saem, um da narina direita e outro da narina esquerda.

É necessário esclarecer, que os Nadis principais são em número de setenta e dois (72), os secundários são 720, os terciários são 7.200, os quaternários são 72.000 de tamanho minúsculo. E todas as diferentes formas e tipos de energias contidas na natureza e que adentram nas narinas, são canalizadas para Idaí e Pingalaí e dai para todos estes outros Nadis, quando estes estão desobstruídos ou sem nenhum tipo de bloqueio.

Os segredos da respiração

Por isso a grande importância da prática dos Pranayamas, somente pelas narinas, tanto para fortalecer o Sistema cardiorrespiratório, quanto para manter tais Nadis sempre limpos e desobstruídos.

Esses Nadis sutis formam por analogia, uma imensa rede tipo a rede neurológica ou a rede nervosa, e caso estejam livres, desobstruídos, desimpedidos, levam as diferentes energias constantemente para as mais profundas regiões dos corpos sutis, porém não só deles.

Existem também dentro desses corpos outros elementos ou estruturas muito preciosas e fundamentais para o equilíbrio da própria vida, e da natureza, personalidade e comportamento, chamados Tchakras, simplificando Chakras.

Em uma pessoa adulta e saudável os Chacras, são em número de nove fundamentais e 450 secundários. Os Chakras fundamentais, ficam em forma vertical dentro do mais importante Nadi, chamado Sushumna, que nasce dentro da base da medula espinal e acaba no topo da caixa craniana. Enquanto os 450 secundários, estão distribuídos por todas as regiões dos corpos, porém em sentido horizontal.

E, é exatamente a imensa rede de Nadis ou Meridianos, que se entrelaçando de ponto a ponto em todas as direções , faz a conexão ou a canalização dos mais diferentes tipos de energias, na forma de partículas de luz ou de ondas entre os Chakras e a Aura, produzindo uma alimentação e retro alimentação constante desses, quando não haja bloqueios ou obstruções no caminho dos mesmos.

Não existe nenhuma forma de se aferir a quantidade de energia(s) que circula(m) em todo este vasto e intrincado sistema. Mas uma pessoa adulta e saudável, respira em média 21.600 vezes por dia. E todo o ar esta impregnado também de diferentes tipos de energias que percorrem a complexa rede de Nadis ou Meridianos.

Um Nadi é composto por três partes, sendo a parte de fora chamada Nadi propriamente dito, a parte de dentro, também em forma de um sub canal é chamada damani e o sub canal mais interno é chamado sira. Há textos clássicos sobre O Hatha Yóga que esclarecem inclusive sobre a função de cada uma destas três capas que formam o Nadi completo por dentro e por fora. Dois deles são o Chandogya Upanishad e o Maitri Upanishad, todavia o Gheranda Samhita também traz informações muito relevantes a este respeito.

Outra referência muito importante, é que a cada uma dessas 21.600 respirações diárias, feitas por uma pessoa adulta em estado de saúde normal, ocorre em média 15 vezes por minuto. E o ar absorvido pelas narinas, contém em média, 20,96% de oxigênio, 79% de nitrogênio e, 0,04% de dióxido de carbono. Em média, 4,94% do oxigênio é absorvido para limpar o sangue e o restante 16,02% é misturado de forma eletro química com o dióxido de carbono e exalado pelo processo de sístole e diástole.

A capacidade vital cúbica de ar ou volume cúbico de ar, em uma pessoa adulta e saudável e que tenha uma respiração correta ou excelente, em média é de 5.000 cm3. Porém há vários fatores que podem influenciar nesta medida. Por exemplo, o tamanho dos pulmões, o estado de saúde dos mesmos, a elasticidade e lubrificação dos mesmos, a riqueza e flexibilidade do diafragma que movimenta os pulmões. Se os pulmões estão livres de qualquer tipo de enfermidade ou doença, seja a mesma temporária ou contínua.

Há outros elementos a serem considerados nas capacidades ou volumes cúbicos pulmonares. Por exemplo, o volume corrente, o volume de reserva inspiratória, o volume de reserva expiratória, o volume residual.

Os segredos dos Pranayamas

E para que haja uma excelente ou uma boa capacidade respiratória, pode-se utilizar dos Pranayamas do Hatha Yóga, também conhecidos com técnicas ou exercícios respiratórios nas suas mais diferentes etapas. Há desde Pranayamas muito básicos, muito simples, chamados primários, passando por Pranayamas um pouco mais complexos, chamados secundários, havendo ainda os bem técnicos, até os mais avançados.

Os Pranayamas primários podem ser praticados por qualquer pessoa, sem qualquer tipo de contra indicação e são fáceis e simples de serem realizados.

Os Pranayamas secundários podem ser praticados por pessoas que já pratiquem o Hatha Yóga, por pelo menos três meses ou mais. Não são difíceis e não envolvem contra indicações.

Os Pranayamas técnicos podem ser praticados por pessoas que já pratiquem o Hatha Yóga por pelo menos seis meses ou mais. Exigem um bom nível de prática e podem ou não ter contra indicações, dependendo das condições de saúde de uma pessoa.

Os Pranayamas avançados só devem ser praticados por pessoas que já pratiquem o Hatha Yóga por pelo menos um ano e meio ou mais. Exigem um bom nível de prática e podem ter contra indicações, dependendo das condições de saúde de uma pessoa.

De preferência, todos devem ser sempre ensinados e acompanhados por uma pessoa especializada em Hatha Yóga e com ótimos conhecimentos em Pranayamas, entre outros.

As fases respiratórias São quatro (4) sendo:

1) Puraka ou inspiração exclusivamente pelas narinas,

2) Kumbhaka ou retenção suave do ar e das energias dentro dos pulmões,

3) Rechaka ou expiração suave do ar e das energias exclusivamente pelas narinas,

4) Shunyaka ou manutenção suave dos pulmões vazios.

Em geral os Pranayamas do Hatha Yóga utilizam estas quatro fases respiratórias das mais diferentes formas possíveis e nos mais variados tempos possíveis, para refinar a capacidade respiratória do/a praticante. E sempre respeitando fortemente a capacidade e as condições de pratica de qualquer praticante.

O primeiro ponto fundamental no Hatha Yóga, é a respiração suave, profunda e harmoniosa, realizada somente pelas narinas, tanto a inspiração quanto a expiração.

O segundo ponto fundamental no Hatha Yóga, para se aprender e praticar corretamente os Pranayamas e os outros exercícios, é que “sempre” todos se adaptam às/aos praticantes. E nunca o contrário.

O terceiro ponto fundamental no Hatha Yóga para se aprender e praticar corretamente, é a não utilização de força bruta, de rigidez ou de tensão durante as praticas.

O quarto ponto fundamental no Hatha Yóga é que qualquer horário é bom para se praticar, desde que não esteja com o estomago cheio. Também é adequado aliviar a bexiga antes das práticas.

Há outros pontos fundamentais que podem ser encontrados nos textos clássicos acima e em outros que já citamos diversas vezes em capítulos anteriores, sempre como referências bibliográficas.

Voltando aos Pranayamas, quando se começa a praticar o Hatha Yóga, o ideal é começar pelos Pranayamas primários e com bom senso, ponderação e moderação. Por exemplo, usar um “tempo” de referência para cada fase respiratória que não seja elevado, além da capacidade respiratória da pessoa.

Exemplificando com um Pranayama primário chamado Dvi Pranayama ou Pranayama de dois tempos ou dois ciclos de respiração simples, sendo;

Sente em uma postura confortável em um local confortável e se possível silencioso. Se necessitar, coloque uma almofada sob abacia e uma nas costas. Mantenha a coluna ereta sem nenhum tipo de tensão. Relaxe, elimine tensões, feche os olhos calmamente, solte-se de forma alegre e lúdica. Respire de forma natural por pelo menos dez (10) vezes, este é um número aleatório.

Após, vamos ao exercício propriamente dito. Faça uma inspiração calma e profunda pelas narinas contando um tempo de até 15, por exemplo. Após, também serenamente, inicie a expiração somente pelas narinas, contando um tempo de até 15, por exemplo. O tempo pode ser menor, pois não se trata de uma regra. O exercício pode ser repetido por três fases.

Além deste exercício não apresentar nenhum tipo de contra indicação, ele pode ser realizado em qualquer horário do dia.

Benefícios; O Dvi Pranayama, acalma, tranqüiliza, equilibra o sistema cardio respiratório e traz serenidade interior.

Um outro Pranayama, este de nível intermediário é o Sukha Purvaka Pranayama ou Pranayama confortável, suka também quer dizer fácil.

Sente em uma postura confortável em um local confortável e se possível silencioso. Siga as mesmas orientações iniciais oferecidas para o Pranayama acima.

Após vamos ao exercício propriamente dito. Feche a narina direita com o polegar direito. Em seguida, inspire de forma calma, suave e profunda somente pela narina esquerda.

Depois, expire o ar de forma suave e profunda somente pela narina esquerda.

Repita todo o processo, porém obstruindo a narina esquerda e inspirando somente pela narina direita.

Depois, expire o ar de forma suave e profunda somente pela narina direita.

Em seguida, inspire de forma calma suave por ambas as narinas e retenha a respiração por alguns instantes, pelo tempo que for confortável ou agradável.

Depois, expire o ar por ambas as narinas de forma calma e profunda.

Caso queira, pode repetir os dois Pranayamas por diversas vezes, por exemplo, três ciclos por dia.

Benefícios; O Sukha Purvaka Pranayama, traz profunda tranqüilidade interior, equilibra o sistema cardio respiratório, equilibra o sistema eletro glandular hormonal e também beneficia diretamente o sistema imunológico.

Pré conclusão

O tema Pranayamas do Hatha Yóga é muito extenso e profundo, então neste capítulo buscamos dar algumas referências sobre os mesmos e mostrar como eles atuam na realidade.

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