Já foram ampla e repetidamente ditas quais são as possíveis vantagens da Meditação na vida humana, tanto em relação à saúde mental como física.

Algumas das objeções mais fortes que se fazem são de que mesmo aqueles que meditam com freqüência e regularmente, ficam doentes; têm problemas sociais e econômicos; e nada parece resolver as dificuldades que enfrentam inclusive em relacionamentos, profissionalmente e até consigo mesmos.

Então de que adianta meditar dizem?

A dificuldade maior não está no uso da ferramenta fantástica que é a meditação. Está em entender como ela funciona.


Em um mundo cada vez mais poluído pelo conflito entre materialismo e espiritualidade, faz-se muita confusão entre o que se pretende conseguir.

Primeiro, costumamos nos influenciar pelos rótulos da mídia, da propaganda, da contradição entre os que aceitam a meditação como uma maneira positiva de lidar com seus problemas e aqueles que a rejeitam e denigrem, por ela aparentemente não atender seus propósitos iniciais.

Segundo, atribuímos à meditação (e não só à meditação), a “obrigação” de resolver e atender nossos anseios. Criamos expectativas completamente divorciadas da realidade porque desconhecemos ou ignoramos intencionalmente o verdadeiro poder da meditação.
Que poder é esse?

Geralmente dizemos que “acreditamos piamente e com fé” de que funciona, mas o que permeia nossa maneira de “acreditar”, é o hábito de buscar soluções fora de nós.

Acreditamos na meditação do mesmo jeito que dizemos acreditar em Deus e na Providencia Divina. E com isso, o único poder que ignoramos e não cultivamos é o nosso próprio potencial, nossos poderes individuais e coletivos para trilhar e abrir nossos caminhos.

Continuamos a aguardar que a TV Digital sonhada venha a cair do céu e não como resultado do nosso próprio esforço. Que ganhemos o prêmio da loteria para resolver todos os nossos problemas e alimentar nossos desejos.

Misturamos a espiritualidade com a materialidade e como nenhuma nem outra parecem funcionar, então desconhecemos a verdadeira razão disso. Culpamos as causas externas por não nos atender, de ignorarmos nosso próprio poder.

A meditação não é para que “adivinhemos” os números que vão ser sorteados na loteria; para encontrarmos um sapo a que beijemos e que se transforme no príncipe encantado; que nos arranje um emprego milagroso que nos tire do fosso de dívidas e carências econômicas.


É para ver nossas reais condições de fazermos a nossa parte e responsabilidade. E qual é a nossa parte e qual a nossa responsabilidade? Estamos mal acostumados achando que temos muitos direitos, mas que eles devem nos ser garantidos e preservados por uma vaca sagrada em cuja teta vamos nos pendurar ao invés de usarmos o suor do rosto e a dedicação ao que nos dedicamos e comprometemos, para obter os resultados almejados.

Queremos a solução dos nossos problemas hoje e agora, de imediato, e não queremos fazer nenhum esforço para merecermos as dádivas. Descuidamos até do maior presente que a vida nos concede: a existência e a capacidade de buscar as nossas metas.


Todos nós possuímos certos poderes que vão além das funções fisiológicas que sustentam nossos corpos. São os poderes que governam nossas mentes e nossos espíritos. Mas governam permitindo-nos o livre arbítrio de decidir se usamos as sugestões que eles nos proporcionam ou não. Geralmente, rotulamos esses poderes como intuições e acreditamos que isso não é parte do nosso ser, mas sim uma habilidade parapsicológica de que são dotados somente aqueles que têm contato íntimo com seres “protetores”. O que não queremos aceitar que mesmo tais “protetores”, só nos protegem, ou a alguns de nós, se formos capazes de fazer as escolhas certas, de enfrentar as pressões e pagar o custo (sim, tudo tem preço) de sabermos usar o nosso livre arbítrio. Eles não o usam por nós. Em algum lugar, para os que acreditam na Bíblia como palavra de Deus, o principal protetor, está claramente dito: “Ajuda-te que te ajudarei.” Mas não diz que Ele fará por nós aquilo que nós devemos fazer por nós!

E a meditação é o meio, a ferramenta, através da qual podemos aprender a extensão dos nossos poderes pessoais para ver objetivamente as nossas realidades e condições; para podermos conhecer nossos próprios poderes e a melhor maneira de os usarmos com bom senso em busca dos resultados que almejamos. Aí estaremos fazendo a nossa parte. Não adianta ajoelhar e implorar que a solução que achamos que precisamos ou que desejamos, nos caia do céu. É mais fácil cair um meteoro...

Por exemplo: Nosso complexo organismo dispõe de defesas naturais. Ele sabe o que nos faz bem à saúde tanto física como mental. Não é porque o fabricante diz que o alimento que oferece lhe fará bem e sim, se depois de ingeri-lo, seu organismo restaura suas energias, preserva suas forças e mobilidade, lhe trás bem-estar, uma digestão normal e fácil que lhe facilite o sono e não lhe cause desconfortos.

Não será porque alguém, por mais credenciado que seja, diga que o produto geneticamente modificado não vai lhe adoecer, enfraquecer a imunidade, desestabilizar seu organismo. É seu organismo que vai lhe comprovar como isso o afeta ou beneficia. Você se entende com seu organismo? Você sabe como ele funciona? Você sabe ler os sintomas que ele lhe produz? De que algo lhe fez bem ou fez mal?

Essa relação com você mesmo não depende da ciência, da medicina ou da religião. Ela depende de você mesmo se conhecer, ter intimidade consigo mesmo, com seu corpo e com sua mente. Se a ingestão de álcool em excesso lhe faz mal, porque você continua a ingeri-lo?

Pois a meditação poderá lhe mostrar o caminho para esse conhecimento, dar a chave de aceso a si mesmo.

Outra objeção contra a meditação é que a maioria das técnicas de meditação manda que se “entre no vazio” de si, sem fazer perguntas específicas, sem criar expectativas de respostas a respeito dos problemas que nos atormentam. Mas então como a meditação vai nos responder as nossas dúvidas, nos conduzir ao conhecimento das nossas próprias verdades?

A resposta é simples. Se meditarmos sem estabelecer uma condição prévia, se mantivermos a mente aberta, encontraremos o caminho das respostas que buscamos...

Aqui, mais uma vez, é preciso lembrar que isso não vai acontecer como que por “milagre”. Se andamos há muito desorganizados na nossa relação conosco mesmo, precisaremos nos exercitar para que primeiro aconteça a reorganização. Enquanto estivermos tumultuados, sem noção de eira ou beira, não conseguiremos vislumbrar mais que uma névoa que nos tolhe a visão e aí recaímos na dependência de alguma intervenção divina que resolva nossos problemas.

Não existe possibilidade de “separarmos” as coisas. A espiritualidade é o motor e o corpo é o veículo. Se não cuidarmos de um, a tendência do outro é embrutecer e atrofiar-se, tornando-se incapaz de nos conduzir. Sim, porque a espiritualidade se manifesta através do físico no nosso plano, mas o físico depende de coordenação com a espiritualidade.

Se você estiver com ressentimentos, mágoas, desejos de revanche, com as emoções exacerbadas por raivas ou descontentamos, frustrações, você consegue se alimentar? Você consegue se relacionar com os outros ou até para não perder o amigo ou o emprego, acaba coagindo suas emoções ainda mais para “preservar” o “status quo”? Então você na realidade estará na contramão porque com a mente fechada por tais emoções, você estará em uma névoa que o impeça de ver a causa do seu problema e buscar maneiras de solucioná-lo.

A meditação lhe facilitará com algum exercício e comprometimento (com você mesmo), a abrir sua mente. O vazio na realidade é a mente livre de condicionamentos externos ou nocivos. Ao invés de viver envolto na névoa de suas frustrações, você conseguirá mudar os problemas por soluções. Quando você esvazia a mente da poluição, seja emocional, seja externa, você “abre a mente” e permite o ingresso de uma claridade e bom-senso livre desta poluição.

Em alguma altura, você encontrará para sua surpresa, poderes de discernimento, de livre arbítrio, e de escolha que farão com que você encontre as soluções que sempre desejou.

Para alguém que tenha por muito tempo caminhado carregando uma mala pesada de emoções negativas, ressentimentos e frustrações, será possível começar esvaziando essa mala. E na medida em que desocupa espaço poluído, começa a preencher com aquilo que lhe é necessário para modificar sua vida e direcioná-la na direção que no íntimo sempre desejou. E hoje até a ciência já descobriu que o DNA, que é nossa planta mestra de vida no ciclo humano, pode ser modificado pela meditação. Você pode substituir o que o atrapalha pelo que você tem de melhor para tornar-se feliz.

Há um alerta necessário. Cuidado com o que pede ou busca, e como o faz. Pode conseguir muito mais do que pretende. Para ter mais, seja lá do que for, é preciso primeiro aprender a gostar a e usar bem o que efetivamente já tem. Você sabe o que você efetivamente já tem? Use a meditação para primeiro descobrir, aprender a valorizar, e então ampliar seu potencial para expandir seus objetivos, suas realizações, sua felicidade de ser e estar.

A vida é sempre mais difícil se você não sabe o que é, quem é e do que é capaz... A meditação é o seu caminho para descobrir isso.

 

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