Hatha Yóga XLIX



No capítulo anterior, abordamos as diferentes realidades karmicas e como as mesmas se desenvolvem na vida e no cotidiano das pessoas, sob os mais diferentes âmbitos e contextos.

Como tais realidades, estão estruturadas ao longo do tempo, espaço e causalidade. Mais ainda, detalhamos como elas funcionam e o que representam na existência das pessoas, nas suas vidas, nos seus diferentes relacionamentos. Sejam os relacionamentos sociais, emocionais, profissionais, espirituais. Enfatizamos todas aquelas estruturas do karmicas, pois por incrível que pareça, um número muito grande de pessoas não conhece as mesmas.

Mais absurdo ainda, nunca ouviram falar sobre as mesmas. E por isso, desconhecem o sentido da vida, o significado de cada acontecimento que ocorre no decorrer da mesma. E como estes acontecimentos podem fazer grandes diferenças numa vida, seja no sentido de coisas construtivas, seja no sentido de coisas nem sempre tão boas.

Neste capítulo atual, vamos entrar em mais alguns detalhes extremamente importante sobre o sentido da vida, e seus significados. Para tal, vamos abordar mais uma vez a Lei do Karma, porém, sobre outros diferentes aspectos. E sobre o que significa a Libertação. Importante frisar, que o fato de abordarmos e analisarmos o Karma dentro de uma matéria sobre Hatha Yóga, tem conexão direta com o mesmo. Pois suas práticas, são uma das vias diretas para a libertação interior, ou libertação direta da Lei do Karma.

Sobre as estruturas da lei do karma

Importante esclarecer - desde o princípio - que a Lei do Karma, é flexível, mutável e mutante. Não é uma lei rígida ou imutável. que ninguém, sob nenhum aspecto está preso rigidamente à Lei do Karma. Pelo contrário, todas as pessoas tem total mobilidade sob tal lei.

Todavia, na medida em que as pessoas desconhecem como a mesma funciona, seguem a vida, de certa forma desordenada ou cegamente. Consideremos que no conjunto do conhecimento sobre o Karma, as pessoas - de forma geral - ou, podem ter total consciência ou conhecimento sobre como funciona o Karma e sobre sua flexibilidade e mutabilidade. Ou, podem ter alguma consciência ou conhecimento sobre o Karma. Ou, podem não ter nenhuma consciência ou conhecimento sobre como funciona o Karma.

Estas três situações, a princípio vai fazer uma grande diferença, tanto na vida, quanto na linha de existência - ou de transmigrações - de qualquer pessoa.  Citamos “a princípio”, pois ter consciência é muito importante. Porém, mesmo que uma pessoa tenha consciência sobre o funcionamento do seu Karma pessoal, há um outro elemento ou fator, mais importante ainda a este respeito, que é a atitude. Pois sem tomada de atitudes, nada poderá mudar - sob qualquer aspecto ou sentido - na vida de qualquer pessoa.

E interessante, é que - aparentemente - muitas pessoas tem consciência sobre a realidade karmica da vida e seus complexos e delicados desdobramentos. Todavia, pelos mais variados motivos, seja por acomodação, seja por condicionamentos, seja por preguiça psíquica, seja por apegos, seja por vaidade, seja por medos infundados, seja por insegurança, tais pessoas preferem e seguem enlaçadas em certos entrelaçamentos ou emaranhamentos karmicos complexos, delicados e às vezes desnecessários.

Sendo assim, a partir do momento em que toma conhecimento sobre o funcionamento da Lei do Karma, do seu funcionamento, da sua flexibilidade, do fato que o Karma não é bom e nem ruim, não é positivo e nem negativo, que é flexível e maleável, cabe a cada pessoa, decidir ou não, se pretende mudanças interiores, que podem lhe levar a um estado de satisfação plena e profunda. E inclusive, lhe levar a um estado real de libertação interior ou felicidade absoluta.

Porém, de onde provem o karma e seus possíveis efeitos sobre a vida das pessoas

Há muitos tratados antigos - milenares, do Yóga - chamados textos clássicos, que buscam descrever como o Karma se forma, ao longo do tempo, do espaço e da causalidade, na vida das pessoas, das comunidades, dos laços familiares, das sociedades, das cidades, dos países.

Parte destes textos, foram desenvolvidos exclusivamente sobre um dos sete ramos clássicos do Yóga, chamado Karma Yóga. E conforme descrevemos no capítulo anterior a este, os mesmos estruturaram o Karma sob quatro aspectos fundamentais que enunciamos naquele capítulo. Indo mais adiante, lá consta que as pessoas, tem uma chamada “linha de existência”. E que transitam ou transmigram destro desta linha de existência, passando por momentos muito específicos, os quais são chamados de “esta vida atual”. E que a soma desta vida atual, com milhares de outras vidas, forma a linha de existência ou a linha de Karma de uma pessoa e das pessoas como um todo.

E que tudo o que uma pessoa - e as pessoas - fazem nesta vida, e fizeram nas vidas passadas, forma um acumulo de elementos karmicos, que irão resultar em resultados das mais diferentes naturezas. Por isso, a Lei do Karma é também chamada corretamente de Lei de Ação e Reação, ou Lei de causa e Efeito. Advindo disto sua mutabilidade, flexibilidade e neutralidade.

Pois é a pessoa quem determina seu Karma, e é ela, que consciente ou inconscientemente, vai desenhando toda a sua linha de existência. Toda a sua vida está em suas próprias mãos. E assim, é ela quem determina o que quiser. Lembrando, desde que tenha consciência a este respeito e além disto, o que é mais importante, ela é quem vai através das suas decisões, reformar, reconstruir, redesenhar e recriar o seu novo Karma, com total liberdade.

Sobre a realidade da libertação

Frente a todo o exposto, podemos serenamente considerarmos:

1º) que a tomada de consciência sobre como funciona a Lei do Karma, é o passo inicial, para quem deseja se libertar do jugo da vida cotidiana, com todos os seus mais diferentes encargos e obrigações, sejam estes pessoais, sociais, emocionais ou de outra natureza.

2°) mais importante ainda que a tomada de consciência sobre como funciona a Lei do Karma, é a tomada de decisão, sobre o que se pretende mudar, transformar, renovar, reiniciar. Ou sobre tudo o que se pretende mudar, no seu conjunto.

3º) e por fim, após a tomada de decisão, é mais delicado, mas fundamental e necessário, é a manutenção da atitude ou atitudes oriundas de tal tomada de decisão. Pois de forma geral, tudo isto parece muito simples. Porém, as pessoas estão tão escravizadas a dogmas, a credos e a mitos, que se recusam fortemente em mudar, em se libertar de tudo que as escraviza, de tudo que as prejudica, de tudo que lhes faz mal. Daí, a atual história e visão - estranha - que temos do que chamamos de civilização moderna ou de sociedade moderna. Onde a força do medo e da insegurança, escraviza milhões de pessoas no mundo inteiro. Contudo, o conhecimento da Lei do Karma e do seu funcionamento, é o início da Libertação Interior, é o início do renascer, muitas vezes, até do renascer das cinzas.

E onde entram as práticas do Hatha Yóga na libertação karmica?

As práticas do Hatha Yóga, com toda a sua vasta gama de exercícios e técnicas das mais diferentes naturezas, se constituem em uma das melhores vias, para que qualquer pessoa, após iniciar suas práticas, passo a passo, por meio das mesmas, vá reduzindo seus resíduos karmicos passados. De que forma? diretamente, pois na medida em que o/a praticante vai avançando e progredindo no seu processo de práticas, as mesmas - lentamente - vão reduzindo cada semente karmica - bij karma - acumulada de outras vidas. Não importando quanto tempo as mesmas tenham.

No seu conjunto, s práticas do Hatha Yóga, em vista de seus profundos efeitos de harmonização e equilíbrio, psíquico e também eletro-somatológico, emocional, nervoso e psicológico, reflete tais efeitos e benefícios, no Sistema Imunológico. Que por sua vez se desdobra para os outros sistemas orgânicos, causando profundas reações e alterações benéficas e reconstrutivas. Que são sentidas e observadas com o passar do tempo.

Que inclusive, acabam mudando, transformando, harmonizando a natureza, a personalidade e o comportamento de quem pratica. Desde que a prática seja realizada de uma maneira correta, adequada, moderada e voltada para a busca deste reequilíbrio interior, desta harmonização interior. Falando em outras palavras, na busca desta libertação interior.

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