I Ching quer dizer o Livro das Mutações, e é um clássico chinês escrito por antigos sábios taoístas, a cerca de 7.500 anos.

Além de oráculo, o I Ching é lógica matemática, é a base teórica para várias artes e é também filosofia.

Vamos “falar” um pouco de um dos conceitos filosóficos mais importante do I Ching e do taoísmo: o conceito de VAZIO.

Quando o ocidental pensa em vazio, vem à sua mente algo sem nada, sem conteúdo algum.

Já para a cultura tradicional chinesa o sentido é muito diferente: o vazio é sim a ausência de forma, de limites, mas representa a plenitude das potencialidades: é quando tudo é possível, quando não há regras, não há limites impostos pela forma. Tudo é possível, pois ainda não tem forma e, sem forma, não há limites.

Por isto, atingir, conquistar o vazio é o propósito de muitos sábios e mestres. E o melhor caminho para isto é através da meditação.

Meditar é esvaziar-se de conceitos, de preconceitos, de lógicas, argumentos, pensamentos. É reencontrar e revitalizar as potencialidades e desligar-nos das regras, dos limites que a forma nos impõe. É tornar-nos plenos de possibilidades.

Assim também o taoísta vê o movimento do Universo, como um ser.

No princípio (Wu Dji) era apenas um vazio que continha em si, em potencialidade, todas as lógicas que iriam reger este Universo maravilhoso e fantástico em que vivemos.

No momento em que o Universo surgiu (Tai Chi) ele ficou limitado a regras e leis universais. E a lógica, a essência destas leis formam a teoria chamada I Ching.#P#

Assim movimenta-se o universo entre os momentos Wu Dji (vazio) e Tai Chi (manifestação) ao longo dos tempos. É o movimento da renovação.

Como aplicar esta idéia na nossa vida cotidiana?

Na nossa vida, na nossa casa, na nossa mente devemos sempre deixar um pouco de vazio, devemos sempre dar espaço para novas idéias, novos conhecimentos, novos objetos. Modificar ou transformar gera movimento e o movimento é a própria vida.

Sem vazio não há movimento, sem movimento não há vida!