Vou dedicar este editorial ao neurocientista brasileiro Miguel Angelo Laporta Nicolelis, professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e do Instituto Internacional de Neurociências de Natal – Edmond e Lily Safra (IINN-ELS). Ele é o responsável pela investigação científica da “interface cérebro-máquina”, princípio do funcionamento do exoesqueleto, um tipo de conexão que prevê a “força do pensamento” para que seja capaz de controlar de maneira direta um equipamento externo ao corpo humano.

O projeto do exoesqueleto vem sendo desenvolvido por Nicolelis desde 1999 e conta com mais de 156 pesquisadores de vários países que integram um consórcio para essa finalidade.

Denominado projeto “Andar de novo”, o exoesqueleto tem por finalidade dar a oportunidade para pessoas paraplégicas voltarem a caminhar. Isso é uma obra inédita no mundo, já que está em fase final de pesquisa com humanos.

O equipamento tem uma touca especial que capta as atividades elétricas do cérebro por eletroencefalografia. Quando seu usuário estiver pensando em caminhar, os sinais produzidos por seu cérebro serão captados pela touca e enviados a um computador embutido na roupa que decodificará essa mensagem e enviará a ordem aos membros artificiais, que passarão a executar os movimentos imaginados pelo paraplégico. Ao mesmo tempo, sensores dispostos nos pés do voluntário enviam sinais para a roupa especial, permitindo assim que a pessoa sinta uma vibração nos braços toda vez que o robô tocar o chão. Segundo Nicolelis, é como se o tato dos pés fosse transferido para os braços por uma pele artificial.

Temos que reconhecer que é um trabalho caro, longo e infinitamente importante para as pessoas paraplégicas. Lamentável foi a atitude da FIFA em conceder apenas sete segundos de imagem, dos 29 prometidos, na abertura da Copa Mundial de Futebol. Verdadeira desconsideração por um trabalho maravilhoso de um cientista brasileiro, da mesma forma, publicações cientificas do mundo recusam-se a publicarem os estudos e resultados desse trabalho, questionando os métodos aplicados para a decodificação das ondas cerebrais, que não foram os mesmos aplicados aos macacos que recentemente moveram um braço mecânico com o pensamento. Em outras palavras, o “método humano” criado pelo brasileiro é superior aos outros, e possivelmente demoram a dar o reconhecimento para que os outros cientistas estrangeiros possam “correr” com os estudos da técnica brasileira e lançarem o “robô” deles e se destacarem como sendo os inventores da técnica “interface cérebro-máquina”.

Cadê a força de nosso governo para se impor em situações como essa? Não existe. Parece-me que há falta de interesse do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – Ministro Clelio Campolina Diniz.

Antes do fechamento desta edição, pude ler no portal G1 o seguinte comentário: ‘O neurocientista minimizou as críticas recebidas após a rápida apresentação na Arena Corinthians: “Tenham calma, não olhem para isso com comentários de futebol. Tem que conhecer tecnicamente e saber o esforço. Robótica não é filme de Hollywood, tem limitações que nós conhecemos. O limite desse trabalho foi alcançado. Os oito pacientes atingiram um grau de proficiência e controle mental muito alto, e tudo isso será publicado”, garante’.
Esse seu comentário, para mim, me convenceu que o Dr. Nicolelis, além de cientista é um gentleman!

Para finalizar, registro aqui os meus parabéns ao Cientista BRASILEIRO, Miguel Angelo Laporta Nicolelis e desejo-lhe sucesso nesse reconhecimento e mais apoio aos seus estudos, trabalho e desenvolvimento. Não desista de nós! A nação precisa de HOMENS como você!

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Abaixo transcrevo o currículo do Dr. Miguel Angelo Laporta Nicolelis que busquei na Internet no site do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico http://lattes.cnpq.br/4925407922379562

Dr. Miguel Nicolelis, M.D., Ph.D.

Possui graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo (1984) e doutorado em Ciências (Fisiologia Geral) pela Universidade de São Paulo (1989). Atualmente é professor titular do Departamento de Neurobiologia e Codiretor do Centro de Neuroengenharia da Duke University (EUA), consultor do Instituto Cérebro e Mente da Escola Politécnica Federal de Lausanne (Suíça) e presidente da Associação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa (AASDAP). Tem experiência na área de Fisiologia, com ênfase em Neurofisiologia, atuando principalmente nos seguintes temas: informática médica, eletrofisiologia, sistemas sensoriais, sistema somestésico e próteses neurológicas.

Linhas de Pesquisa: Propriedades computacionais de grandes conjuntos neuronais no comportamento de primatas; Plasticidade sensório-motora em animais adultos e em desenvolvimento sensorial; Bases neuronais da aprendizagem sensório-motora; Desenvolvimento de interfaces cérebro-máquina para restaurar a função neurológica; Bases neuronais da percepção tátil.

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