Para iniciar este complexo tema, vamos recorrer ao Grande Dicionário de Sinônimos e Antônimos, de Osmar Barbosa, Membro da Academia Brasileira de Língua Portuguesa. Conforme o mesmo, Ética: Ciência da moral. Moral: 1. Ética; honestidade; norma, procedimento; costume. A moral pela qual se regem os povos. 4. Honra, decência, caráter, dignidade.
Poderia iniciar este artigo falando da “Ética a Nicômano” de Aristóteles, mas tomaria todo o jornal e o redator chefe não iria concordar. Dessa maneira, vou recorrer principalmente aos sinônimos contidos no item 4 (honra, decência, caráter e dignidade), que me parecem os mais condizentes com o propósito deste.
Quando o ser humano nasce, traz consigo a síntese da sua personalidade que o há de distinguir dos seus semelhantes: a fisionomia, o timbre de voz, o modo de andar, o talento natural, os impulsos que o inclinam alternativamente para o bem ou para o mal, suas virtudes e vícios e, principalmente, o seu caráter moral, a sua honra, decência e integridade, que formam a ciência da ética.
A educação corresponde ao atualizar a potência dessas características, como corresponde na agricultura a atualização da potência biológica da semente para que brote forte, florida e fecunda.
Porém, como todo o efeito tem sua causa, qual será a de cada ser humano que vem a este planeta com estas características tão peculiares, próprias e inconfundíveis nos seus três aspectos físico, mental e moral, que não tenha dois idênticos, nem, tampouco, iguais, por muito semelhantes que sejam em alguns pontos de contato?
De onde provém essa tão notável diferença que existe entre a mentalidade tacanha de um ignorante e o gênio de um Santos Dumont? Por que uns nascem com elevado senso de moral e ética, enquanto outros sequer passam perto dessas qualidades?
Responder a estas perguntas afirmando que os desígnios de Deus são impenetráveis, é iludir o problema em vez de discuti-lo e resolvê-lo.
Geralmente os filósofos consideram a chamada lei da hereditariedade como um dos fatores do caráter, da honra e da dignidade. Mas, como interpretar a hereditariedade? Na generalidade, interpreta-se dizendo que é a transmissão das qualidades físicas, mentais e morais, dos pais para filhos.
No entanto esta lei não é absoluta, tem inúmeras exceções, sobretudo no que se refere aos aspectos mental e moral dessas características.
Há casos em que, de pais cujas faculdades atingem o nível do gênio, lhes nascem filhos idiotas e medíocres, completamente desprovidos das qualidades a que nos referimos.
Os pais de Shakespeare eram criaturas vulgares e analfabetas; e numerosos exemplos a história nos oferece, de homens eminentes nascidos de pais de acentuado nível mental inferior.
Não são menos numerosos os exemplos de filhos de maus instintos, nascidos de pais honrados; e, entretanto, outros que nasceram no seio de famílias depravadas jamais se desviaram do caminho da honra e do dever.
Com absoluta certeza a causa é outra; um estudo mais aprofundado da “reencarnação” por certo mostrará a solução.
Mas alguns ainda teimam em dizer que todos somos iguais perante Deus; isso não é verdade! A observação, a experiência e o sentido comum, demostram o contrário.
Basta observar as mudanças de caráter que, desde os primeiros dias, denotam as crianças, embora nascidas da mesma mãe, criadas ao mesmo peito, crescidas no mesmo lugar e sujeitos a idênticas influências de ambiente.
Os professores notam experimentalmente que entre milhares de alunos, alguns possuem índole dócil e bondosa, enquanto outros são perversos e com tendências criminosas, sem que se possa atribuir tão flagrante antítese à hereditariedade, ao ambiente do meio, e muito menos a Deus, à sua infinita bondade que, arbitrariamente, infunde maldade em alguns e bondade em outros.
Temos ainda, por outro lado, a prova experimental dos vulgarmente chamados “meninos prodígios”, que causam espanto com sua esperteza precoce. Esses indivíduos, embora pareçam privilegiados, não aprendem, recordam. A sua espontaneidade é uma reminiscência, e as suas prodigiosas aptidões o resultado natural de vidas passadas.
Estas informações são de fundamental importância para o nosso tema: ética, pois demonstram que o ser humano já pode trazer as deficiências inerentes, ou adquiri-las na atual encarnação.
Uma coisa é certa: vivemos um momento muito crucial da existência humana, onde o “levar vantagem em tudo” prevalece à ciência da ética, da moral e dos bons costumes.
Falando propriamente da área holística, que alguns teimam erradamente em chamar de esotérica, o caso é muito grave, para não dizer de “polícia”. Se não, vejamos: a imprensa de modo geral (rádio, jornal e TV), estampam quase que diariamente em suas páginas ou programas, elementos que se autodenominam de “gurus”, “mestres”, “apóstolos”, “paranormais”, entre outros, que dizem resolver todos os problemas dos “clientes”, mas que na realidade, nem os seus próprios conseguem resolver.
Outros, ainda, incompetentes ao extremo, procuram “copiar” o que é produzido nos poucos espaços holísticos íntegros existentes, enganando a boa fé pública ou então prometendo o que não podem cumprir, criando “slogans” para atrair os menos afortunados e os simples, sempre com o sentido de se locupletarem em detrimento dessas pessoas.
Quem são os culpados? É difícil responder a tal pergunta. Claro, a culpa maior cabe aos veículos de comunicação, pois que raramente “checam” as informações passadas pelos seus anunciantes, comunicadores ou animadores. Por outro lado, vivemos num país onde a liberdade de expressão é uma realidade e cabe a cada um dos ouvintes, leitores ou telespectadores, fazer a triagem desses elementos, o que convenhamos, não é nada fácil.
A ciência da ética holística está na U.T.I. Profissionais trabalham hoje em um determinado espaço, e após se inteirarem de certas técnicas nesse local, oferecem esses serviços ao concorrente, em total desrespeito à ética profissional, achando que isso é mais do que normal.
Porém, uma coisa é certa: sejam quais forem as circunstâncias, aqueles que copiam, que enganam e que querem se locupletar usando de artimanhas fraudulentas, tem vida efêmera, duram somente alguns meses ou mesmo alguns dias, porque: “você pode enganar a todos durante algum tempo; alguns, durante todo o tempo; mas não pode enganar a todos durante todo o tempo”.
Para concluir, quero alertar a todos os leitores deste conceituado periódico que antes de gastar seu precioso dinheiro em “espaços milagreiros”, em cursos que prometem fazer você ficar rico ou em consultas que vão resolver seus problemas, que se informem sobre os profissionais, se são diplomados, se tem habilitação condizente, se o espaço é regular, se paga impostos, etc.
O sistema holístico brasileiro tem de ser moralizado. Colabore, fiscalize, denuncie.

 

Professor Carlos Rosa: Contato: (11) 5584-7378 

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