Há de se reconhecer que muitas injustiças foram praticadas contra o aspecto feminino nestes últimos milênios, e aqueles que estudam com mais profundidade as leis herméticas são os que explicam a ação e reação constante no universo, afirmam que este fato só ocorreu, devido no passado, em época anterior aos 7.000 anos, quando a mulher tinha o domínio e o poder social, político e familiar, teria também agido da maneira, como o homem agiu com ela neste período recente.
Devido estes fatos, nestes últimos milênios, a Serva e a Mártir, foram os dois arquétipos que mais se permitiram ao feminino. Algumas mulheres de fato se deixaram capitularem por este padrão, e ainda hoje se encaixam neste modelo, que tanto serviu aos arquétipos do Guerreiro ou Herói, que foram desempenhados com muita intensidade pelos aspectos masculinos nesse mesmo período. A mulher foi literalmente castrada.
Mesmo emocionalmente castrada, ela sempre possuiu a energia da Guerreira, que faz parte do seu Inconsciente Coletivo, e por ficar muito tempo trancafiada e impedida, podendo observar a si e as outras mulheres com quem conviveu e conheceu, ela veio desenvolver as atuais disputas de autoritarismo e poder com a sua semelhante: A Mulher!
Tanto quanto o homem, a mulher deseja o poder. Durante séculos o poder latente da mulher foi colocado e até desprezado pelo homem, que não se dava conta que ela desempenhava este poder, usando mecanismos de defesas fantásticos e considero o principal deles a dissimulação. Normalmente o homem não faz a leitura da mulher quando ela está dissimulando. Geralmente ela dissimula e ele não percebe.
A vivência dos papéis de Serva e da Mártir obrigou durante milênios a mulher a servir a família e principalmente ao homem. A mulher aprendeu a tomar conta da vida dos filhos e conseqüentemente do homem. Esta aprendizagem direcionou seu ego e cristalizou no seu corpo emocional a crença que tanto os filhos como seus homens são suas propriedades. Poucas mulheres conseguem ter na relação de mãe ou de companheira, a sabedoria de viver estas relações sem o apego. Apego que retém, faz sofrer e impede o desenvolvimento de todos os envolvidos. Encontramos em nossa sociedade poucas mulheres com esta problemática resolvida, e além do apego, ressaltamos a disputa do poder, pois se o homem tem o poder no mundo, “eu tenho o poder sobre aquele que tem o poder!”
É quase um senso comum entre as mulheres, que “os homens não sabem fazer nada, não sabem se cuidar e sem mim eles não viveriam... ou até... eu sei o que é melhor para ele”. Até hoje ela se sente na “obrigação” de cuidar dos seus homens. Ela cuida tanto, que quando tem um filho homem, geralmente não o ensina a fazer nada. Faz por ele e este não aprende a se cuidar, não desenvolve mecanismos de autonomia, até que esta mãe transfere a titularidade desde filho, para uma outra mãe, que será sua companheira ou esposa.
Ela se sente cobrada pela própria sociedade, ou seja, pela outra mulher, que a observa, a critica e que poderá querer cuidar, caso ela não cuide... Aqui começa um grande problema do feminino: o medo de perder seu lugar e espaço no coração ou vida de seu homem, que acaba virando competição.#P#
Outro fator de relevante importância tem a ver com o conhecimento psicanalítico, que nos ensina que por volta de três anos, a menina, ao ver que o pipi no menino é bastante valorizado, pois “ele pode fazer xixi em praça pública à vista de todos e eu não posso”, cria na menina que olha para o meio de sua perna e não vê aquela coisa fantástica e bonita que todo menino tem, uma inveja e uma dor. “Além de ser bonito, ele representa poder”.
Para compensar esta sensação de ser castrada, pois a menina nesta idade, ainda está na fase concreta do seu pensamento, ela desenvolve um grande mecanismo de defesa visando suportar a dor de ser diferente: A Fantasia. A Fantasia de que “um dia vou ter um pipi também”.
Alguns estudos apontam que a menina fica algum tempo imaginando que seu “pipi” um dia virá a crescer. Correta ou não esta afirmação, não sabemos, mas um fator importante acontece neste momento. A menina fica com uma sombra. Ela fica com um trauma em ser diferente. Então o mecanismo da fantasia entra em atuação, tentando compensar a dor.
Para se sentir compensada de toda esta dor ou luto que vive por volta de 3 a 4 anos, a Fantasia lhe diz que ela pode desenvolver um recurso maravilhoso, que vai lhe acompanhar à partir daí pelo resto de sua vida: A Vaidade. Neste momento ela precisa se sentir bonita. Ela precisa ser notada. Sendo bonita e notada, se sentirá aceita socialmente, e amenizará um pouco o buraco ou trauma que ficou, por ter se sentido inferior ao menino. Em muitas mulheres adultas, esta necessidade pode vir a se acentuar a nível patológico.
Um outro evento de grande significado ocorre praticamente em paralelo à sensação de sua castração. Ela como todo bebê se apaixona pela sua mãe, mas ela é mulher e precisa definir sua sexualidade futura. Se continuar apaixonada pela mãe, terá sua sexualidade invertida na vida adulta. É neste “desapaixonar-se pela mamãe e se apaixonar pelo papai”, que talvez esteja o maior dos problemas que a menina e depois a mulher vem a enfrentar em sua vida.
Ela, pequena e frágil, com dores emocionais, sentindo-se diferente dos meninos, e se tem um irmão, aprende que ele é mais valorizado pela mamãe, não tendo o poder que os meninos têm, ao terem seu pipi, e ter que romper com a mãe, que é sua matriz, porto seguro e até então tem lhe mostrado os caminhos da vida...?! Imagine a dor emocional que representa esta necessidade de rompimento com a mamãe para se apaixonar pelo papai!
Esta dor lhe provocará um vazio, um perfeito buraco na boca do estômago, e daí sua natural necessidade de falar, de falar muito, de precisar contar ao outro, para ser sempre confirmada, pois o rompimento com a mãe ocorreu, e a partir daí, perdeu seu referencial de confiança em si. Precisa contar à outra pessoa, para se sentir confirmada.
Ela começa a olhar o papai com outros olhos, admiração. Até então o corpo da mamãe era suficiente e muito gostoso. Agora o corpo do papai é seu objetivo principal. Ele é grande, forte, tem pêlos pelo corpo, barba e me dá muita segurança.
Uma outra constatação dolorosa lhe ocorre. Aquele papai é daquela mamãe. Neste momento está menina que já está encantada por aquele homem maravilhoso, começará a competir com sua mamãe, visando ter o papai para si. Se possível, até substituí-la.#P#
Vai imitar tudo o que a mãe faz. Tentará usar as mesmas roupas, maquiagem, e ficar tão ou mais bonita do que a mamãe. Então, já são duas necessidades de ser bonita que aparecem em sua vida. Ela compete insolentemente com a mãe pelo amor do pai, e se sua mãe não tem a sua criança interior bem assentada e sua relação com a própria mãe resolvida, entrará num grande ciúme, e começará a competir com sua filhinha, ajudando-a a desenvolver e se acostumar a competir sempre com a outra mulher. Este é o principal motivo que a grande maioria das mulheres compete quase que sempre com a outra mulher.
Tenho aprendido que a necessidade de falar da mulher, também acaba sendo um ato de competição. O que me chama a atenção, tanto quanto o homem pensar com a cabeça de baixo, é ver a mulher, tão perspicaz e com uma dose de intuição, normalmente bastante elevada, não se dar conta do que acontece entre elas mesmas, e competirem descaradamente, como se fosse uma disputa de “braço de ferro” num jogo infantil ou de adolescência.
Você mulher que lê este texto, parou alguma vez para questionar a sua relação com as mulheres de sua vida? Você de fato sente-se verdadeiramente amiga de suas amigas e crê que elas verdadeiramente são suas amigas? Há fidelidade e verdade na relação?
A mulher compete com quem de fato tem o poder: a outra mulher! Esta competição se torna às vezes uma incoerência total e lastreada de muitas dores e mágoas. O que é comum se ver em um ambiente de trabalho, escola, ou mesmo entre familiares, é uma porção de mulheres tomando conta de outras mulheres. Projetam-se na outra quando criticam ou julgam, dissimulam, competem, se suportam, beijam-se, abraçam-se, enfim, é o complexo universo feminino que interage e que entre si, tenta encontrar seu caminho, no meio de tantos desencontros e muitos desequilíbrios.
Muitas vezes recebo relatos de mulheres que saíram, ficaram, transaram com os homens de suas colegas ou mesmo amigas e depois falarem que não queria continuar a relação, era apenas para dar uma lição naquela... E até apareceu o comum fato da melhor amiga contar as belezas e proezas do desempenho sexual do seu marido, que excitou a imaginação da outra, que esta foi provar do marido da amiga e acabou lhe roubando seu homem.
Aprendi com a própria mulher e com minhas observações, que ela não se veste para seu homem, mas normalmente para a outra mulher, pois sabe que a outra irá medi-la da cabeça aos pés, e fará algum comentário, contra ou a favor. Aprendi também, o quanto de medo que a mulher tem da outra, com relação ao seu parceiro afetivo, sem falar evidentemente da ex-esposa. Quando esta se relaciona com um homem que já foi casado.
Em quase todos os casos que presenciei, a ex-esposa se torna um martírio para a esposa atual, que passa a vigiar e a cobrar do seu homem, alguma coisa que ele não deve, e está apenas em sua cabeça em sua imaginação, que é o grande ciúme, de tudo o que ela imagina que ele tenha vivido na relação com sua ex. Muitos homens se tornam culpados, na cabeça de muitas mulheres, só porque se casaram anteriormente e tiveram filhos com outra mulher! Constato muitas guerras mundiais ocorrendo nos corações de várias ex-esposas, quando o marido sai da relação por causa de outra mulher. Normalmente este ato é imperdoável, e “alguém” tem que pagar por isso!
A mulher é a guardiã da espiritualidade humana. É a grande matriz da vida. É a personificação da Grande Deusa. É a que acolhe e que cria e desenvolve processos de vida. É o ser mais perfeito e competente do universo. Mas quando olhamos a história da mulher com a própria mulher, constatamos que há ainda um caminho muito longo a ser seguido e transformado.
A matriz da vida, é a principal formadora dos conteúdos mais importantes da psique humana. Mas enquanto a mulher competir com a outra mulher e não parar para se olhar, se checar, ver lá no fundo de sua alma se vale a pena tanta competição, o excesso de vaidade, e procurar corrigir a rota deste caminho tão sofrido e desnecessário, ela como matriz da vida, continuará ajudando a promover o mundo de enganos e dores, que temos hoje aos nossos olhos.
O mundo só será melhor, mais feliz, se a energia do amor abranger todas as consciências. A mulher como guardiã da espiritualidade, a sacerdotisa da Grande Deusa, é a portadora da chave do amor. A própria maternidade é a prova que este poder é da mulher. O maior poder que existe é o amor... Mas o amor só é possível onde o apego não mais existe... Portanto mulheres corrijam a rota, mãos firmes no leme, olhos fixos no horizonte, corações na esperança e... Mãos à obra!

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